A Força da Palavra.

“Uma luz brilha nas trevas para o justo, permanece para sempre o bem que fez”, reza-se este refrão do Salmo 111(112) na liturgia deste quinto domingo, a temática da luz tem sido uma constante desde as solenidades do Natal do Senhor, talvez porque grande parte da humanidade está mesmo precisando voltar-se para a luz da vida e do amor.
Não é nada complicado entender o uso de luz e trevas nos textos Sagrados com relação à existência de Deus e a nossa como obra de sua criação.
Todos os seres neste planeta tem desde o nascer a experiência da luz e da treva, na gestação vivíamos no escuro do útero materno até virmos para a luz da vida externa; fomos entendendo que para dormir precisamos do escuro da noite e para realizar trabalhos e conviver precisamos da luz do dia.
Plantas e animais necessitam da luz do dia (sol), como nós, pois a luz solar é energia de vida, sem ela se adoece, se morre.
A intensidade da natureza de Deus (luz e escuridão ou dia e noite) entra com intensidade simbólica na literatura bíblica para falar da “vida ou morte” no espírito humano, no interior do coração.
A luz é o que demais próprio temos, ainda com as limitações, para ousar falar de Deus como necessidade para se viver, para se ter alegria, para encontrar sentido em nossos dias, para se atingir a vida eterna junto a ele.
Deus é fonte vital, energia revigorante, claridade de Verdade a cerca do que somos e para que nascemos nesta terra, Ele é o intenso Amor pelo qual faz tudo vibrar, pena que os que optam pelas trevas não conseguem vibrar na mesma intensidade, muito menos entender o amor como luz de vida.
Para entender com clareza o sentido da Luz como Verdade e Amor em Deus e em nós o Profeta Isaías parece antecipar em seus escritos o que encontramos no Evangelho de Mateus como obras de misericórdia: “Reparte o pão com o faminto, acolhe em casa os pobres e peregrinos. Quando encontrares um nu, cobre-o, e não desprezes a tua carne; Se acolheres de coração aberto o indigente e prestares todo socorro ao necessitado, nascerá nas trevas a tua luz”.
Com tais atitudes para com os semelhantes o Profeta afirmará: “Então, brilhará tua luz como a aurora e tua saúde há de recupera-se mais depressa”, vejam como o agir humano no amor é capaz de trazer energia de vida favorecendo a própria saúde.
É fato, quem emprega a vida na perspectiva de fazer o bem, de amar e servir sem tirar vantagens por trapaças ou corrupções encontra-se na vibração da luz e possui saúde no corpo, na alma e no espírito e perdurará o bem que fez, como se reza no Salmo desta Liturgia: “Feliz o homem caridoso e prestativo, que resolve seus negócios com justiça; Ele reparte com os pobres os seus bens, permanece para sempre o bem que fez”.
Aos que opostamente à luz vivem cultivam a enfermidade na alma e no espirito que ocasiona com certeza ora mais ora menos uma enfermidade corporal como fruto do fechamento e egoísmo.
Nos mistérios do Reino Jesus proclama aos seus seguidores (realizar suas obras) ser sal da terra e luz do mundo: “Vós sois o sal da terra; vós sois a luz do mundo”, dar sabor e iluminar são imperativos de cristãos conscientes de sua Fé, de seu Batismo.
Somos cristãos para “brilhar com boas obras” não significa orgulhar-se pelo que se faz envaidecer-se se exibindo pelas realizações esperando aplausos, reconhecimentos na mídia (selfs, curtidas etc.) ou publicamente.
Boas obras para iluminar são ações de misericórdia pelo bem do outro, pelo socorro do outro em suas dificuldades; vale o testemunho de sal e luz de Santa Dulce dos pobres, Santa Teresa de Calcutá em nossos dias de tantas escuridões por ganância, indiferença, egoísmo, violência e corrupção.

Pe. Ademir Zanarelli.

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