Um dos temas fantásticos no evangelho de João é sobre a luz, ao que Jesus se autoproclama: “Eu sou a luz do mundo” (Jo 8,12).
Foi inspirado na simbologia da luz que a arte contempla Jesus inserido dentro de uma esfera em cor quente como dizer do sol. O Cristo de forma magistral abre sua vida (Evangelho) e se manifesta como luz para os povos e nações.
O Cântico de Zacarias emoldura o tema da luz: “O sol que nasce do alto nos visitará para iluminar os que vivem nas trevas”. (Lc1,78-79).
A luminosidade de Deus no Filho clareia a vida das comunidades, assim as sete lâmpadas recordam as comunidades do Apocalipse, mas também faz alusão às comunidades de cada tempo e em cada lugar.
Junto à fonte batismal se delineia a figura de Maria, a Mãe de Cristo, como nova Eva ela recebe os novos filhos e filhas em adoção pelo batismo.
Como Mãe da Igreja ela acolhe e encaminha ao Filho Jesus, pois Nele está a vida, a luz e a salvação.
Maria se veste toda de azul significando que ela é criação do Pai e faz um caminho de fé e adesão ao Verbo Jesus manifestando que há uma vida além desta, a vida eterna.
Opostamente à Mãe de Deus se encontra a arte alusiva ao padroeiro São Jorge do século IV d.C.
A cena se enquadra na silhueta da primitiva igreja que se encontra na área externa.
Iluminando a vida de tal santo inscreve-se nas laterais uma estrofe da Liturgia das Horas, a oração oficial da Igreja: “Este santo lutou até à morte pela lei de seu Deus e não temeu as palavras e ameaças dos malvados, pois se apoiou sobre a rocha que é Cristo”.
Estas três artes se interligam por uma faixa sinuosa expressando uma forte conexão entre Cristo Maria e o santo, pois celebramos na fé no calendário litúrgico a vida de Maria e dos Santos a partir de Cristo. Ladeando a Cristo se encontram dois ramos de oliveiras a recordar que nós batizados estamos ungidos em Cristo para o louvor e a realização de seu Evangelho.
Trabalho realizado em acrílica sobre reboco.



