Santa Inês nasceu no fim do século III depois de Cristo (dC) durante o Império Romano em uma sociedade profundamente paganizada com cultos a várias divindades.
Nascida em família cristã seu pais zelavam pela vida de Inês, batizada logo cedo como tantas crianças foi Inês consagrada em sua virgindade.
Neste lar cristão Inês foi crescendo em graça e sabedoria sendo educada com os valores cristãos.
O filho do prefeito de Roma ao ver Inês ficou apaixonado pela sua beleza, como era pagão, sem princípios cristãos e por ser filho do prefeito achou no direito de ter posse sobre Inês, dirigiu-se até a mãe de Inês para pedi-la em casamento o que lhe foi negado alegando estar Inês já comprometida com o noivo celestial Jesus.
Não satisfeito o filho do prefeito não desistiu de conquista-la por vários meios até que apelou ao pai que sabendo ela ser cristã a ameaçou condená-la caso recusasse casar-se com o filho.
Era época de furiosa perseguição aos cristãos, muitos mártires neste período e Inês encorajava se no testemunho de tantos mártires até mesmo de sua idade e mantinha-se firme no seu propósito.
Em um determinado dia Inês foi jogada em um prostíbulo onde lhe arrancaram as roupas e diz-se que imediatamente cresceram longos cabelos para cobrir sua nudez.
Os insatisfeitos e julgando-a de bruxaria resolveram levá-la à fogueira onde novamente foi protegida por Deus fazendo com que as chamas não a tocassem, não obstante e insatisfeitos resolveram decapitá-la concluindo o atroz martírio e isto se deu no dia 21 de janeiro do ano de 317 e é neste dia 21 de janeiro que se celebra o dia de Santa Inês.
Assim Inês selou com seu martírio a sonhada núpcias com Jesus Cristo. Após seu martírio inúmeros foram os milagres confirmando brevemente sua santidade na lista dos santos e santas.
A iconografia (imagens) de santa Inês a apresentam sempre com um cordeiro geralmente em seus braços. O nome Inês significa “pura” ou “casta”; de origem grega Hagnes e por pronuncia parecida com agnus no latim que significa cordeiro assim o nome Inês também recebe este significado.
Em sentido místico o cordeiro nos braços de Santa Inês recorda o seu imenso amor por Jesus preferindo derramar o seu sangue a ele do que render-se ao paganismo romano e ao matrimônio com o filho do prefeito.
O cordeiro nos braços de Santa Inês simboliza Jesus Cristo, o Cordeiro de Deus, aquele que tira o pecado do mundo. O cordeiro é um animal dócil e não sabe se defender, precisa de cuidado. Assim analogamente Santa Inês sempre foi cuidada e protegida por Jesus em seus algozes.
O ramo verde ou palma na mão de Santa Inês é símbolo de seu martírio e vitória de Cristo sobre o pecado e a morte, assim é a vitória dos mártires que confessaram a fé derramando o sangue por Jesus.
O manto vermelho por sobre a túnica também é alusivo ao sangue derramado como fidelidade a Jesus.
A túnica branca é sinal da pureza e inocência bem como santidade em Santa Inês, relembra assim a veste batismal na qual pelo batismo nos revestimos de Jesus para realizar obras de vida e luz. Em Santa Inês a túnica branca também sinaliza ser ela a esposa do Senhor onde celebrou suas núpcias no dia de seu martírio.
A auréola ou halo de luz ao entorno da cabeça em dourado indica que Santa Inês como os demais santos e santas estão envolvidos da luz divina, a cor ouro na iconografia representa a cor mais refinada, a cor divina.
Esta iconografia de Santa Inês foi produzida a pedido para a casa Santa Inês ou lar dos idosos Santa Inês na cidade de Cordeirópolis SP, uma casa que abriga e confere cuidados aos idosos de risco social.
Tudo teve seu início com uma senhora de nome Inês (in memoriam) que começou acolhendo idosos em situações precárias em sua própria casa, mas logo ela procurou ajuda junto ao Núcleo Assistencial Alvorada Cristã que hoje é a entidade mantenedora sem fins lucrativos em parceria e convênio com a Prefeitura municipal.
Técnica mista, óleo e acrílica sobre tela.
Ademir Zanarelli.


